(Escrito em 25/01/2009)
Colegas de todos os estados civis.
Na semana que passada, o Estado de São Paulo noticiou que cientistas suecos fizeram uma importante descoberta sobre a influência da promiscuidade feminina e o tamanho dos espermatozóides. Calma, eu já explico.
Baseados em estudos de peixes de lagos africanos, os cientistas da Universidade de Uppsala descobriram que os machos, das espécies cujas fêmeas são promíscuas, desenvolvem espermatozóides maiores e mais rápidos do que aqueles de espécies cujas fêmeas são monogâmicas. Ou seja, os "galegos" (loiros) da terra do Papai Noel passaram um tempão medindo o tamanho dos espermatozóides dos peixes, cronometrando as suas velocidades, contrataram uma equipe de detetives para saber com quem as suas parceiras estavam saindo e depois cruzaram os dados, para chegarem à conclusão que a lei do mais forte também vale para os gametas... Sem comentários.
Enquanto isso a BBC noticiou que em terras britânicas, dois cientistas, pasmem, "descobriram" que homens mais ricos proporcionam mais prazer às mulheres durante as relações sexuais. Ou seja, quanto mais rico o homem, mais frequentemente sua parceira chega ao orgasmo. Baseados numa pesquisa sobre vida, saúde e família de mais de 5.000 pessoas da China, a "dupla de dois" cientistas afirma que esse resultado é fruto de uma "adaptação evolucionária" desenvolvida pelas mulheres na hora de escolher os seus respectivos parceiros.
Tenho todo respeito ao trabalho da dupla, mas acredito que suas conclusões não são necessariamente inéditas. Caso os súditos de Sua Majestade tivessem gozado umas pequenas férias nas praias mornas do nordeste brasileiro, muito provavelmente, teriam ouvido, tomando uma caipirinha e dançando um forró, que há muito tempo já se anunciava o que só agora eles descobriram. Fartamente divulgado em casas de show, automóveis com aparelhos de som ligados em níveis acima dos adequados à saúde auditiva humana e vendedores de CDs piratas, certo compositor de forró a tempos já havia afirmado que as mulheres escolhem os seus parceiros pelo "Princípio do Caratê":
O "cara ter" dinheiro, o "cara ter" carro, o "cara ter" fazenda, etc.
Por tratar-se de assunto polêmico declaro que não pretendo entrar no mérito das conclusões científicas, faço apenas uma pequena reflexão sobre o caráter "inédito" da pesquisa divulgada.
Ao mesmo tempo em que desejo a todos uma ótima semana, aproveito a oportunidade para desejar que "Deus salve a rainha" e a ilumine, para que os recursos científicos do reino se voltem para a pesquisa de males como a malária, esquistossomose e outras doenças que não são encontradas às margens do Tâmisa, mas infelizmente afligem milhões de pessoas de países pobres como o nosso.
Saúde e paz,
Virgílio Agra.
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