domingo, 13 de novembro de 2011

Fla-Flu



(Escrito em 28/12/2008)

Colegas de todos os laços de parentesco.

Mais um ano está terminando e o que mais se vê na televisão são programas de retrospectiva. Este ano um dos destaques é a retrospectiva esportiva. Um ano de medalhas inéditas nas olimpíadas, o hexacampeonato nacional do São Paulo, o título da Copa do Brasil do Sport Clube do Recife e a conquista da Copa Sul-Americana pelo Internacional. Conquistas que sem dúvida nenhuma engrandecem o esporte nacional, mas para a minha pobre Alagoas, o ano não foi lá essas coisas. Apesar de ser a terra mãe da rainha do futebol, Marta, o estado cujo campeonato estadual parece uma sopa de letrinhas, onde os times são: ASA, CRB, CSA, CSE... , assistiu o rebaixamento de categoria do único time caeté que disputava a segunda divisão do campeonato brasileiro.

Acostumados a um magérrimo desempenho dos times locais nos campeonatos nacionais, é normal os torcedores caetés torcerem não apenas por um time, mas sim por dois, sendo um local e outro de outro estado da federação. Desta forma, podem manifestar os seus sentimentos de glória no maior evento esportivo do país, sendo, portanto, muito comum, encontrarmos pessoas pelas cidades alagoanas trajando camisas dos mais diversos clubes, tanto do sul e sudeste, como também de outros estados nordestinos. É graças a essa paixão nacional que às noites das quartas-feiras e tardes de domingos, muitos bares instalam telões, à frente dos quais grupos de torcedores se posicionam para torcer, mesmo que de longe, pelos seus times do coração.

Foi por ocasião de uma dessas noites futebolísticas que um colega de colégio da minha filha Janaína, daqueles que se aproximam como se nada quisessem, arrastando asa e com olho de peixe morto, resolveu convidá-la para sair. Com medo de receber uma sonora negativa, achou que a melhor estratégia seria convidá-la para um evento público, aberto, onde "todos" estariam. Torcedor fanático do Flamengo, sabendo que naquela noite iria ocorrer um jogo entre Flamengo e Fluminense, resolveu unir o útil ao agradável (neste último requisito entenda-se: minha filha), poderia assistir o jogo, roer as unhas e azarar a garota. Plano genialmente arquitetado, falas previamente decoradas, chegou a ela e disse:

- Queria te convidar para assistir um Fla Flu.

E Janaína, que na época não entendia nada de futebol, e hoje também não, respondeu.

- Que banda é essa?

A resposta foi tão inesperada, que o garoto perdeu a pose, esqueceu o script e soltou:

- Desse jeito não tem como dialogar com você.

A parte boa da história é que terminaram se entendendo e assistindo o jogo. A parte ruim é que esse ano também não foi bom para o Flamengo, mas a parte melhor foi o rebaixamento do Vasco da Gama para a segundona rsrsrssrsrs.

Eh colegas! Criar filhas é fogo.

Hoje, não poderia deixar de aproveitar a oportunidade para desejar a todos um feliz ano novo. Em homenagem a Iemanjá, usarei branco e como oferendas mando e-mails com todo carinho aos meus amigos queridos do coração.

Saúde, paz, paz, paz e paz.

Virgílio Agra.

OBS: O futebol é a paixão nacional, está no sangue, está no pé, está no suor, está no grito, está também nas orações dos torcedores, está na música, está no samba, está na composição de Nando Reis e Samuel Rosa, está no rock de Skank.


Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...