quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Gatos, gatas e gatunos



(Escrito em 02/02/2009)

Colegas amantes de todos os animais.

Os países ricos costumam se vangloriar do seu poder econômico, militar ou científico, no entanto se esquivam de comentar a pirataria biológica ou a cooptação de cientistas de países pobres que são levados para os seus centros de pesquisa para produzir os conhecimentos que lhes proporcionam este tão decantado poder. Não satisfeitos com a compra de mentes e com o tráfico de plantas e animais para suas pesquisas, de vez em quando aparece um engraçadinho que resolve roubar (a palavra certa é roubar) conceitos e marcas tradicionais de povos de países pobres, como o nosso por exemplo.

Há uns tempos atrás um sujeitinho resolveu patentear a palavra "cachaça", outro patenteou a palavra "rapadura" e teve outro moleque que resolveu patentear a palavra "cupuaçu". Não satisfeitos com tantos roubos de idéias, os japoneses resolveram “entrar na onda” e copiar uma antiga idéia brasileira, anunciando como "novidade" o lançamento dos "cat cafés".

Deixe-me explicar:

Trata-se de um estabelecimento onde, ao custo de aproximadamente R$23,00, os clientes da casa podem desfrutar da companhia de gatos, podendo acariciá-los e até tirar fotos com seus bichanos favoritos. Segundo a BBC, o Ja La La Café (o nome de La La, deve ser para ressaltar que o lugar é lá... lá... bem longe daqui) tem a disposição da sua clientela cerca de 12 gatos. Ainda segundo a BBC a maioria dos frequentadores da casa são homens solteiros. Faltou a BBC publicar que no Brasil, há muito tempo, os homens solteiros frequentam casas onde desfrutam da companhia de "gatas", podendo acariciá-las e até tirar fotos com suas "gatas" favoritas (algumas dessas fotos vão até parar na internet). Os japoneses se orgulham tanto da sua criatividade, mas estão longe de se comparar a criatividade brasileira que além dos estabelecimentos especializados em "gatas" também oferecem a opção da companhia com "piranhas" ou "galinhas", de acordo com o gosto do freguês. O brasileiro é tão imaginativo quando o assunto é o convívio com animais que o jogador Ronaldo, enjoado do convívio dos bichos, resolveu variar procurando "bichas". Imaginem o tamanho da "imaginação"...

Eu sei que muitos me acham exagerado. Minha sobrinha do coração Nathalie Gazaneo, caeté de nascimento, veio me dizer que: "Quem conta um conto, aumenta um ponto". Não quero contestá-la, mas, para aqueles que duvidam da falta de imaginação dos filhos da terra do sol nascente, segue agora outra notícia.

Segundo o portal G1, o fabricante japonês Sega Toys, aproveitando a idéia do personal trainer, inventou um fone de ouvido denominado de "Love Trainer". Segundo o fabricante, o aparelho que funciona com uma pilha, monitora os batimentos cardíacos do usuário, pode ser adaptado a um iPod, reproduz sons e músicas cientificamente testados, dá orientações sobre o ritmo a ser seguido na hora do "I love you" e sugere frases para serem ditas para criar o clima... Entende?

Imaginem só? Tá lá o japa, aceso que só o sol nascente, fone nos ouvidos, ligado no iPod, com a espada do samurai em punho, chega para a japinha e diz:

- Aí pode?

A namorada se vira e simplesmente diz:

- Não pode.

É numa hora dessas que bate o vento leste e o kamikaze fica só no "quase-come".

Imaginativo igual ao brasileiro não existe. Eis que lá pras bandas do Mato Grosso do Sul "Billy da Silva Rosa", um gato da família dos felinos que residia em Antônio João, um dos municípios mais pobres do estado, estava cadastrado no Programa Bolsa Família pelo seu próprio "pai", recebendo o auxílio de R$20,00 durante 7 meses. A imaginação do seu "pai" foi tamanha que, além de cadastrá-lo no Programa, baseando-se no princípio de que um gato tem 7 vidas, ainda conseguiu continuar recebendo o benefício após a sua morte. O consolo que nos fica é saber que o "pai gatuno" foi exonerado a bem do serviço público e irá responder processo judicial.

Caros colegas, ao mesmo tempo em que desejo a todos uma ótima de semana de trabalho, com muito bom humor, desejo também vida longa, para que no futuro possamos contar aos nossos netos a lenda de "Billy The Kid", lá da terra do Tio Sam, e a lenda de "Billy The Cat" e outras personagens da terra do Pantanal.

Saúde e paz,

Virgílio Agra.

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