(escrito em 02/06/2009)
Colegas de todos os apetites.
Quem gosta mais de farinha? Um alagoano ou um carioca?
Pensem... pensem... pensem mais um pouco...
Eis que no último final de semana tive a felicidade de reencontrar uns velhos amigos. Encontramo-nos eu, Tetéu, Ezequiel e Animal. Foi uma tarde agradabilíssima, onde pudemos relembrar velhas histórias e apreciar o novo colorido capilar uns dos outros. Entre uma cerveja e outra descobri os dotes culinários do meu amigo Tetéu, carioca, torcedor do fluminense e o maior comedor de farinha que conheci em toda minha vida.
Quando ainda éramos estudantes, eu cursava engenharia e eles jornalismo. Eu estudava de manhã e eles no horário da tarde. A princípio não teríamos motivos para nos tornarmos amigos, exceto pelo fato de que a namorada de Tetéu e a minha estudavam juntas e este talvez tenha sido o fator de estabelecimento dessa boa amizade. Apesar de eu ser da área de Ciências Exatas e eles das Ciências Humanas, compartilhávamos ideais comuns e acredito que esse convívio tenha influenciado nessa minha mania de ficar escrevendo para os amigos. Como ninguém é de ferro, sempre que podíamos, usávamos a velha desculpa de bater um papo para tomarmos, de vez em quando, uma "cervejinha" bem gelada. Na hora de pedir um tira-gosto, tomávamos sempre dois cuidados, o primeiro é que este tinha que ser o mais barato e o segundo é que tinha que vir acompanhado com farinha, porque Tetéu só comia com aquele complemento.
Certa feita, nós fomos passar um final de semana na casa dos meus pais em Paulo Afonso, lá no sertão baiano. Lá passeamos, visitamos os canions do São Francisco e em casa minha mãe se esmerava por receber bem os meus amigos. As mães você sabem como são, dentre outras coisas, sempre se preocupam se seus filhos estão bem alimentados. Durante as conversas que tínhamos à mesa ela descobriu que Tetéu era um grande comedor de farinha e, visando agradar, presenteou-o com um saquinho deste produto, algo em torno de 2 a 3 kg. Não era uma farinha qualquer, era uma farinha bem alvinha e bem fininha, que denominávamos "Farinha de Sergipe". Quando o carioca pegou o pacote, parecia jogador de futebol americano quando pega aquela bola que não é uma bola. Partiu para o quarto para abrigá-la imediatamente no fundo da sua mala. Só faltou gritar "touch down".
Em Maceió, Tetéu morava em uma casa com outros estudantes, vocês sabem como é, para rachar as despesas. Porém eu soube que só as despesas foram compartilhadas, porque a farinha... ele escondeu em baixo da cama e não dividiu com ninguém.
Caros colegas, numa semana em que um jornal local divulgou um relatório do Conselho Nacional de Justiça - CNJ, no qual alguns desembargadores são acusados de terem proferido decisões que significaram uma grana extra nos seus próprios bolsos, a imprensa mundial noticiou que um avião despencou no Atlântico fazendo mais de 200 pessoas virarem comida de peixe e eu trabalhei feito a peste, só me resta noticiar que, após muita chuva, em terras caetés o sol voltou a brilhar, o mar está calmo e o céu está azul... muito azul.
Aproveito a oportunidade para, tardiamente, desejar a todos uma boa semana e aos tripulantes da corveta Cabocla, que partiu do porto de Maceió para procurar pedaços do avião caído, muito sucesso na sua missão.
Saúde e paz
Virgílio Agra.
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