segunda-feira, 6 de junho de 2011

Conversa do além




(Escrito em 07/09/2008)


Grandes Colegas


O mundo dá muitas voltas e às vezes dá cambalhotas.
Vocês já ouviram falar na Serra da Barriga? Foi lá que Zumbi reinou, comandando o Quilombo dos Palmares, o primeiro reino negro das Américas, ou devo dizer reino afro-descendente? Polêmicas terminológicas a parte, para quem não sabe, a Serra da Barriga localiza-se no município de União dos Palmares, zona da mata norte do estado de Alagoas. Pois foi lá que na semana passada surgiu a notícia que um defunto mandou uma carta do além. O mais espantoso é que na carta, o ex-prefeito da cidade pedia votos para o seu antigo vice-prefeito, que assumiu o cargo após o seu falecimento e hoje concorre a reeleição. Imaginem só que confusão. A carta, psicografada pela viúva, causou polêmica não apenas no meio político como no meio religioso, se é que se pode separar um do outro.
Eu fico imaginando se o mais ilustre defunto do município, o Zumbi dos Palmares, resolvesse mandar uma missiva para quem ele escreveria? Está aberta a temporada dos palpites, mas eu acho que ele escreveria para o Husseim... Que Husseim? Ora essa, o Barack! O Barack Husseim Obama, que pode vir a ser o primeiro presidente "negro" dos Estados Unidos da América, lá não existe a polêmica terminológica. Para conversar com o outro ilustre Husseim, o Saddam, ele não iria precisar de intermediários, lá no além eles poderiam sim, ter altos papos sobre as voltas e reviravoltas da história. Sobre como cabeças se levantam... e rolam. Coisas da história.
E falando em voltas, ontem resolvi dar uma volta com minha esposa e filha no Parque Municipal de Maceió, uma Área de Preservação Permanente coberta com mata atlântica no meio da cidade. Apesar de alguns probleminhas, como o lixo da vizinhança que as chuvas arrastam para dentro do parque, fizemos um passeio agradável e pudemos até ver jacarés vivendo livres na região, mas tive uma surpresa quando li numa daquelas plaquinhas que identificam as árvores onde estava escrito: Sucupira "Bowdichia virgilioides".
Fiquei orgulhoso em saber que meu nome batiza uma árvore de madeira nobre, mas tendo em vista o tipo de correspondências que têm circulado recentemente nas redondezas, não me espantaria nada receber uma carta de Odorico Paraguaçu, lá do cemitério de Sucupira.
Colegas de todas as crenças, ao mesmo tempo em que desejo a todos uma ótima semana, gostaria de enviar umas imagens do meu querido estado, um convite para que venham conhecê-lo e uma questão: Seria por conta dessas imagens que Zumbi resolveu instalar seu reino por aqui?


A todos um grande abraço, muita saúde e paz,


Virgílio Agra.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Eu vou comer até cair. Me dá, um dinheiro aí.




(Escrito em 31/08/2008)


Colegas de todas as ideologias
Na semana que se passou estava eu e minha esposa se deleitando com o maior programa de comédia da televisão brasileira, o horário de propagada eleitoral gratuito, e eis que no meio de muitos "sinceros e objetivos" pronunciamentos de candidatos denominados de "Fuscão", "Ficha-limpa" e "Geléia", e outros que se apresentavam armados de vassouras (eu acho que já vi isso na história recente desse país), uma candidata se apresentou de maneira inquestionavelmente inusitada.
Num ritmo frenético daqueles que têm pouco tempo para transmitir um discurso decorado a dita candidata começou dizendo a cidade onde nascera e continuando disparou:
- Minha mãe engravidou 22 vezes, meu pai se aposentou com 36 anos de idade por invalidez...
Vééééiiioooo! Eu tomei um susto que quase caí para trás. Eu nunca imaginei que o "crescei e multiplicai" pudesse provocar invalidez. Do jeito que a mulher falou o raciocínio lógico fechou o circuito e a conclusão foi direta, do tipo vapt-vupt. Imaginem só? E se de repente essa modalidade de aposentadoria pega? Não tem previdência social que resista. Vai quebrar de um jeito que vai "ficar do pó pro bagaço". E se a esposa ficar com medo de inutilizar o marido como é que fica a humanidade? Talvez surjam soluções do tipo "marido de aluguel", onde um entra com o esforço físico e o outro com a paternidade, garantindo-se assim a procriação e a assistência duradoura à família. Eu mesmo é que não quero saber dessa conversa, morro "tronxo" (torto) mas não largo o osso... Nem a carne.
Pois é, colegas, ao longo dos últimos 2 anos e meio investi muitas horas em estudo, tive uma estada na cidade maravilhosa e hoje estou de volta para casa com as esperanças renovadas e finalmente no último dia 27 completei meu primeiro ano como servidor do Poder Judiciário Federal. Gostaria de agradecer a todos aqueles que de coração me apoiaram ao longo dessa jornada e dizer que vocês fizeram para mim toda a diferença.
Ao mesmo tempo em que me despeço desejando uma boa semana para todos presto um merecido tributo à cidade maravilhosa.
Saúde e paz,
Virgílio Agra.
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